Os métodos utilizados para caracterização dos vírus mudam rapidamente.
Hoje, a determinação da sequência do genoma é frequentemente efetuada na
identificação inicial do vírus, o que faz dados clássicos como a densidade
de flutuação dos vírus não serem mas tão utilizados, e as comparações com
bases de dados disponíveis facilitam e diminuem o tempo de caracterização
das espécies. Os dados relativos à sequência genômica constituem critérios
taxonômicos avançados e podem fornecer a base para a identificação de novas
famílias de vírus.
Como base para classificação dos vírus, as propriedades a seguir foram
utilizadas:
1 Morfologia do virion, inclusive o tamanho, forma, tipo de simetria,
a presença ou ausência de peplômeros (estruturas proeminentes, geralmente
constituídas de glicoproteínas e lipídios, que são encontradas expostas na
superfície da partícula viral e são responsáveis pela interação
vírus-célula) e a presença ou ausência de membranas.
2 Propriedades do genoma do vírus, inclusive o tipo de ácido nucleico
(DNA ou RNA), o tamanho do genoma em quilobases (kb) ou pares de quilobases
(kbp), o numero de fitas (simples ou duplo), linear ou circular,
sentido/polaridade (positivo, negativo, com ambos os sentidos), segmentos
(número e tamanho), sequência de nucleotídeos, conteúdo de G + C, presença
de características especiais (elementos repetitivos, isomerização, estrutura
nucleotídica cap 5’-terminal, proteína de ligação covalente 5’-terminal,
trato poli(A) 3’-terminal).
3 Organização genômica e de replicação, incluindo a ordem dos genes,
números e posição das sequências de leitura aberta (open reading frames
[ORF]), estratégias de replicação (padrões de transcrição e de tradução) e
sítios celulares (acúmulo de proteínas, montagem e liberação virion).
4 Propriedades das proteínas virais, inclusive o número, o tamanho e
as atividades funcionais das proteínas estruturais e não estruturais,
sequências de aminoácidos, modificações (glicosilação, fosforilação,
miristilação) e atividades funcionais especiais (transcriptase,
transcriptase reversa, neuraminidase, atividades e fusão).
5 Propriedades antigênicas.
6 Propriedades físico-químicas do virion, inclusive a massa molecular
(MM), a densidade de flutuação, a estabilidade em pH, a termoestabilidade e
a suscetibilidade a agentes físicos e químicos, particularmente éter e
detergentes.
7 Propriedades biológicas, inclusive a variedade de hospedes
naturais, o modo de transmissão, as relações com vetores, a patogenicidade,
os tropismos teciduais e a patologia.
REFERÊNCIAS
1 BROOKS, G.F. et al. Microbiologia médica. 26.ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
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